Palácio das Cortes, fotografia de Moreira, 1875.
Câmara dos Deputados
Em 1884, Vicente Pinheiro é eleito deputado nas eleições gerais, pelo círculo eleitoral de Braga, pelo Partido Progressista, só assumindo funções a 1 de outubro quando reabre a Câmara dos Deputados. Devido à sua experiência como governador, na administração colonial em África, centrou a sua intervenção na Câmara dos Deputados nas questões diplomáticas ligadas às colónias.
A Conferência de Berlim (1884-1885)
A Ata Geral da Conferência de Berlim (15 nov. 1884-26 fev. 1885), redigida em 26 de fevereiro de 1885, trouxe para o cenário da política portuguesa a questão da criação do Distrito do Congo. Esta conferência, organizada pelo Chancelar alemão Otto von Bismarck, com a colaboração de vários países europeus, visava discutir a repartição territorial da África e regulamentar o comércio nas bacias do Congo e do Níger, pelas potências europeias. Portugal pretendia reivindicar a posse de Cabinda, que já tinha ocupado, e salvaguardar o máximo de áreas da margem esquerda do rio Congo, que lhe permitiria expandir-se para as regiões interiores. O resultado desta conferência foi que os territórios pertencem aos países com ocupação efetiva dos mesmos.
Discussão de questões de política colonial
Na Câmara dos Deputados, Vicente Pinheiro num discurso proferido em 10 e 11 de junho de 1885, intitulado Política colonial: Discussão do acto geral da Conferência de Berlim, cuja publicação e edição foi oferecida por uma comissão de eleitores, opugnou o governo regenerador de Fontes Pereira de Melo nas posições tomadas, decorrentes da Conferência de Berlim, sob os territórios colonizados, que negavam o princípio do direito histórico na posse dos territórios colonizados.

No mês seguinte, a 8 de julho, apresenta um discurso na Câmara sobre a Administração colonial: Discussão da creação do districto do Congo, em que reafirma a importância da incorporação do distrito do Congo na região de Angola, tal como o governo de Fontes defendia, mas exigindo uma política colonial para a administração da região com regras diferentes das existentes.

Título Nobiliárquico Visconde de Pindela
No Registo Geral de Mercês, D. Pedro V, a 5 de abril de 1854, atribuiu o título nobiliárquico de Visconde de Pindela a João Machado Pinheiro Correia de Melo, pai de Vicente Pinheiro. O rei D. Luís I de Portugal, em 8 de julho 1886, confirmou o mesmo título nobiliárquico, a Vicente Pinheiro, tornando o deputado no 2º Visconde de Pindela.
